Neste livro, Julio Chiavenato critica a historiografia tradicional, que exalta os 'efeitos dos heróis e grandes homens' e que constrói uma história oficial a partir da ótica dos vencedores. Nessa perspectiva, inexiste participação popular, a não ser como multidão 'ignorante, fanática e desordeira' que precisa ser reprimida, o que geralmente é feito com a crueza de massacres como o de Canudos. O autor desmitifica também a ideia corrente da passividade do povo brasileiro, que suportaria as diversas formas de opressão política e de exploração do trabalho sem reagir; ou, ainda, a crença de que a Independência do Brasil teria sido alcançada 'sem sangue'. Para tanto, analisa as diversas revoltas que eclodiram pelo Brasil, desde o século XVI, analisando como em algumas delas a adesão popular apenas serviu aos interesses das classes médias ou da elite, e destacando aquelas que se orientaram movidas pelos anseios mais genuínos dos índios, negros e brancos pobres.