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Invenção - De Arnaut e Raimbaut a Dante e Cavalcanti

Invenção - De Arnaut e Raimbaut a Dante e Cavalcanti

Código: 9786586042276
Categoria: Poesia
R$ 120,00
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arte de bem traduzir toda trova No verso “love’s function is to fabricate unknownness”, E. E. Cummings resumiu toda a tradição da poesia de invenção: “a função do amor é fabricar o desconhecido”. O poeta-inventor, il miglior fabbro, segundo Dante, é o único que tem a ferramenta para fabricar o verso que confirme que o tormento do amor não é uma forma de desgraça, mas um testemunho de que o poeta ama verdadeiramente, e por isso é capaz de se “valer poder saber dizer”, e possa, com cantar leve “d’haver poder prazer prender” esse amor [Descordo, Nuno Eanes Cerzeo. Cancioneiro da Biblioteca Nacional - B 135, folhas 1 e 2]. Então, ele, o poeta, torna-se um tradutor de sentidos. Reinventa e inaugura a palavra nova. Cria e recria a Tradição. Na poesia, a Tradição é o Amor, e só o poeta pode confirmar que o Amor é o contrário de Roma. O modo de bem traduzir de uma língua a outra requer que o tradutor esteja à altura do poeta-inventor. Precisa conhecê-lo, estudá-lo, e não apenas a sua língua, nem limitar-se à semântica e à obsessão vernacular. É preciso reinventar, recriar novas medidas para o verso se preciso for, buscar uma desmesura para encontrar a música que se oculta na língua nova, seu pulsar de vogais. A obra tradutória de Augusto de Campos é uma das poucas em língua portuguesa a manter-se continuamente a fabricar o novo: a artesania que Dante grafou como Dolce Stil Nuovo, ou o “novo novo” que Pound chamou Personae, isto é, o poeta é tradutor não apenas do seu tempo, mas da Tradição, que se nos aparece como a “pessoa” de um outro, que diz por ele a sua própria voz. O poeta-inventor traduz a si mesmo, como se fosse outro. O tradutor-inventor escreve o outro, mas como se fosse ele mesmo. Assim Augusto de Campos tem feito ao longo de 70 anos, dedicando sua vida a injetar na corrente sanguínea da língua portuguesa o signo novo das mais diferentes línguas e linguagens. Um trabalho de ourografia, iluminando a beleza difícil que encandeia palavras, versos, países. Que faz brilhar o desconhecido e nos eleva a um mirante para ver a chama desse fogo distante. Parte das traduções desta edição foram publicadas no livro Traduzir e Trovar (Augusto e Haroldo de Campos. Papyrus, São Paulo, 1968). Os poemas de Arnaut Daniel reapareceram depois em Mais Provençais (Augusto de Campos. Companhia das Letras, São Paulo, 1987). Mas esse trabalho não se iniciou aí. Ao reunirmos dados e informações mínimas sobre a relação de Augusto de Campos (e da Poesia Concreta) com a obra de Ezra Pound, temos a primeira pista para adentrarmos um caminho que retorna a quase oitocentos anos, a Arnaut Daniel e aos trovadores da Provença. Arnaut Daniel, para Ezra Pound, assim como para Dante Alighieri, é o ponto mais luminoso da poesia. Sua maestria pode ser percebida em três dimensões: ver o verso, ler o verso, ouvir o verso. Embora funcionem independentemente uma da outra, juntas podem nos proporcionar o êxtase do sabor do saber. Vanderley Mendonça
Páginas288
Data de publicação03/08/2022
Formato16x23
Lombada2
Altura2
Largura16
Comprimento23
AcabamentoBrochura Com Orelhas

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