A reedição da obra “Da Jurisdição” nos devolve a semente lançada em meados do Século XX. Daqui deste momento da história, podemos ver como ela vingou e se revigorou. O caminhar dos ponteiros do relógio fez a obra do saudoso Professor transitar entre o passado, o presente e o futuro, como acontece com o trabalho daqueles que lidam com as questões na sua raiz. O relançamento dos livros de Calmon contribui para manter animadas não só as suas ideias, mas, sobretudo, os seus ideais. Fiel às suas convicções, dedo em riste ao expressar-se publicamente, defendia-as com veemência. Seu discurso era mobilizador. A inquietude que o movia nestes espaços não o impedia, de outro lado, de estar sempre atento e ter uma postura amiga na convivência pessoal. Aberto a novas reflexões, punha-se a ouvir e a conversar serenamente, recebendo as pessoas com ternura. Como na bela música de Caetano Veloso, Calmon foi tão genuinamente (Re)côncavo e legitimamente (Re)convexo. - Antonio Adonias A. Bastos